sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Pousaste a mão
e quando dei por mim
você tinha chegado antes
nos vestígios, nuvens.
De céu a céu
logo fiz meu caminho
para pássaros pousar
e juntos moveremos moinhos
e o vento sempre há de soprar.

sábado, 24 de setembro de 2011

Mimosa




Nos olhos morena não padece o pranto
Nos olhos reina o amor
Rompendo em profundíssimos suspiros
Porém a boca, a testa, o dente
Honra as cinzas da dor
Eu sou aquela flor que não espera pela vida
O sol tá aí todos os dias e me mantém viva

Meu coração, com seus pés mimosos
Permanece livre, não há cativo
Derrama mel, e as moscas não vão a esse lugar
E ri-se a moça de cabelos contentes
Observando o céu que se desdobra

Eu sou aquela moça que nasce todos os dias
Há oito meses recebi um embrulho
e no meu ventre
toda luz dos astros

quinta-feira, 22 de setembro de 2011


Eu vou ficar sentada aqui
Com meu rosto de jambo corado
Vendo o natal passar
Não gosto de festa cristã
Há muito tempo sou laica
Gosto de salpicão, com bastante maçã e uva passas
Eu vou ficar sentada aqui
Que para o papai Noel eu tenho um paiol aceso
Estou farta de símbolos do capitalismo
E propagandas de refrigerante
De ouvir falar em manjedoura
E de Jesus na cruz
Eu vou ficar sentada aqui
Que a noite está mais iluminada
E se ver a face das crianças mal amadas.

Até que se afrouxem as prisões, que cesse a estranha sede
E que o vermelho derramando seja o vinho invés do sangue.

Eu vou ficar sentada aqui
Que sentimento não se embrulha
Sem arcos, sem aljavas, os amores
O cheiro que sai dos nervos dele
Tem cheiro de passado
E eu não sei se é mesmo a minha mão que toca
A pele, ou o seu instinto que a tem presa
Eu vou ficar sentada aqui
E enfeitar de açucenas e margaridas o meu vestido
Caminhar até o campo e admirar astros mortos
'Posta ao sol, posta às chuvas e aos ventos'

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Eu ganhei: Letra "M" de Indira Curcino
Gosto de: Músicas e Madrugadas
Não gosto de: Migalhas e meia palavra mordida
Uma pessoa que gosto: (deMasiadamente) Minha Mãe
Uma coisa ruim: Mau-me-quer. Mesmo da Margarida.

sexta-feira, 2 de setembro de 2011




Ter vinte e cinco anos e gozar da vida
A ventura de uma alma de donzela
Ter febre que nunca descansa
Num delírio de sonhos,
e de dias...
Reclinada em jardins silvetres
Lembra-te: Que és flor
E precisa do sol para ter vida
Do vento da manhã que sacode as folhas
Que come poesia
e habita mundos despovoados.