sábado, 30 de julho de 2011

O meio





Só quem vira brisa sabe o que chora o vento
Eu quero ser para o redemoinho o sopro
Suspiro que acorda Vênus
E na tua boca um ar de riso
Mas não me venha com receio
Nem peça para eu ir com calma
Eu sou uma violenta agitação de ar
Acompanhada quase sempre de chuva
Amor na minha idéia se retrata
Ou o cupido solta-me de vez dos teus braços
Ou faz de nós dois um só semblante
Nasceste de um acaso não pensado
E cresceu-te um olhar pouco advertido
Mas não me venha com receio
Nem peça para eu ir com calma
Que do meu peito sai água destilada
E deixais ser, levais ela mudada
Eu deixo o passado como quem deixa o tédio
O amor é agridoce, amado!
E não me venha com a ilusão de que tudo é leve
Pois é insustentável a leveza do ser

Nenhum comentário:

Postar um comentário