quarta-feira, 1 de junho de 2011

Gira-sol

Banhada em lágrimas, depois de ter chorado toda água de sua mágoa. Sentou na porta de casa. O sol tinha voltado. As crianças corriam novamente nas ruas procurando as pipas caídas do céu, para lá dos campos amarelos de girassóis.
Essa mulher hoje vive a margem do rio e em sua casa existem molduras em forma de coração, do seu jardim sobe um aroma de jasmim, um cheiro limpo e embriagador.
Todos os dias ela inclina a cabeça suavemente, cravada nas montanhas, vendo desaparecer as últimas luzes da tarde. – Até onde chegam os olhos? E assim segue, depois, a vida.
Faz amor a intempérie. Onde ela estava sentada, ficou a terra toda regada de prazer, que até o sol e a lua morreram de vergonha.


Um comentário:

  1. eu vi o menino passando, vi o tempo, vi aquela outra menina-mulher preparando a vida naquela barriga. "E assim segue, depois, a vida". ela teima, não tem jeito. nesta última semana estou pensando nesta condição de morrer em mim. ceder às imagens construídas pelos outros a meu respeito, parar de lutar, até contra os mais próximos q não deveriam ver tantos defeitos. morrer. pra, em seguida, renascer. de novo: "e assim segue, depois, a vida". já esqueci a busca intermitente da fórmula do amor, dani. agora quero isso mesmo. viver. q é maior neh. passa lá pra ler e dizer uma coisa (e passa na porta da minha casa vermelha mais vezes. rs.): http://tomesuapilula.blogspot.com/ . bjo no coração.

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