quarta-feira, 25 de abril de 2012

Diá-logo




- Parece um beija-flor.! e tem uma flor dentro do ventre.!
- Parece um passarinho se esbarrando contra o vidro.
- Abre a porta e a janela.!
- Eu!
- Que parte de mim, que eu desconheço, é que me guia?
- Somos ar e fogo.! um balão ~~* em voo
- Me ensina a voar novamente?
- Vamos pular bem do alto.! a gente sempre soube voar.! tem que abrir as asinhas, beija-flor.! o instinto nos guia.
- Lembrou do grande susto combinado, que esperava toda mata acender.
- Lembrou da nossa surpreendente visita a casa dos Passarinhos de Pano.! lembra lembra ?!
- Não tem como esquecer.
- Muitos são os dias, num só dia!
- Muitas são as vidas, numa só vida!
- Este é o canto de após-guerra, de galhos que subiam mudos...
- De montanhas que insistem em ficar paradas.
- A flor existe, verter o pranto.
- Transformar em rio.
- Dias que vazam agora, dentro e fora
- Dias que tem em seu destino passar
- Repele tudo que nos fala à pele. Passa...
- Ela passarinho.
- O resto passará.
- Me diga, moça, me diga. Não há nada mais a fazer. Pra aprender a cantiga do bem-querer?
- Colher uma gerbera amarela, e fazer um bem-me-quer.

Daniele Paula
Indira Curcino
Mesmo na liberdade, quando escolhia alegre novas veredas, reconhecia-as depois. Ser livre era seguir-se afinal, e eis de novo o caminho traçado. Ela só veria o que já possuía dentro de sí.


terça-feira, 24 de abril de 2012

pôs-poeta



Seu rosto carrega um desdém simulado
E eu o recebo como promessa sem valor
Tu que já me prometarás amor.

No rol de promessas impossivéis
Esse seu mundo que mil voltas deu
Mas em nenhuma dessas voltas esse amor me deu.

Antes me despedir do amor
Do que de saudades viver
Pois viver com saudade do que foi
É duas vezes morrer.

Muitos ainda saberão
Da minha dor secreta
Que inspira versos a minha alma inquieta
Foi a tristeza que me pôs poeta.

Quando a dor mais me consome
Grita aqui dentro baixinho outro nome.